Descrição
Livro reúne mais de 10 anos de pesquisas e apresenta o mais completo quadro de informações indispensáveis à compreensão do fenômeno de destruição da Mata Atlântica, considerada um dos mais ameaçados ecossistemas do planeta. Apesar da reconhecida biodiversidade que abriga, com incontáveis espécies endêmicas de animais e vegetais, muitas das quais à beira da extinção, hoje restam apenas 2% de sua área original. Após um processo intenso e multissecular de destruição que remonta à chegada dos primeiros colonizadores, a Mata Atlântica nordestina, que no passado formava um corredor biológico unindo o setor atlântico e a região amazônica, sobrevive apenas em fragmentos, como ilhas isoladas de vegetação, separadas por um verdadeiro mar de canaviais, pastos, cidades e outros ambientes antrópicos. No entanto, alguns desses fragmentos de floresta, especialmente nos estados de Pernambuco e Alagoas, ainda guardam riquezas naturais inimagináveis, com espécies ainda desconhecidas pela ciência.
Fragmentos de Mata Atlântica do Nordeste, de Elton Leme e José Alves Siqueira Filho é o resultado de mais de 10 anos de pesquisas. Por meio de capítulos específicos assinados pelos autores e mais oito pesquisadores de renome nacional e internacional, são apresentados ao leitor aspectos relacionados ao processo histórico e socioeconômico da fragmentação, sua iconografia (pela arte de Frans Post e Albert Eckhout), bem como temas ligados à fauna e a biologia da polinização. Os temas são desenvolvidos através de uma viagem fotográfica pelos fragmentos de Mata Atlântica dos dois estados, com ênfase na biologia da conservação e com propostas concretas para a preservação e manejo das áreas retratadas. Os dados foram coletados em 237 expedições científicas, o que chancela o livro como o mais completo levantamento jamais realizado na região.
Englobando o estudo da flora e da fauna, com especial ênfase no papel das bromélias como indicadoras de biodiversidade, o livro reúne informações indispensáveis para a compreensão da destruição da Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco.
A obra registra 91 espécies de bromélias, 17 das quais inéditas, apresentadas à ciência nesta edição. Esse grupo de plantas é polinizado por pássaros, abelhas, morcegos, mariposas e roedores, cuja existência é indispensável para a conservação das inúmeras espécies de bromélias. Isto demonstra muito bem como o ecossistema se mantém inseparavelmente interligado por uma rede complexa de interações. Para se preservar uma determinada espécie, é imprescindível preservar também as demais espécies com as quais ela interage.
A maioria dessas plantas e animais já se encontra no limiar da extinção. Por isso, esta edição não pretende retratar apenas a inegável beleza dos últimos representantes da biodiversidade nordestina. Sobretudo, quer oferecer ao leitor todas as cores de uma realidade pouco favorável à manutenção de ecossistemas ecologicamente equilibrados e biodiversos: uma realidade em que, para a conservação de inúmeros seres vivos, as ações futuras provavelmente chegarão tarde demais.
Esperança, boa vontade de esforços à parte, é este o momento de documentar, do modo mais completo possível, para quem interessar possa, as últimas populações, os derradeiros espécimes e os cenários finais dessa catástrofe anunciada há bem mais de um século. Isto foi competentemente realizado por esta edição.
Com linguagem acessível ao grande público, o livro é resultado de uma cuidadosa e arrojada concepção, onde se aliou informação científica e um forte impacto visual garantido pelas irretocáveis fotografias coloridas das espécies e dos fragmentos de Mata Atlântica que as abrigam.
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