Descrição
O livro “Rio de Janeiro: 450 anos – A fundação da cidade e seus marcos históricos – Largo da Misericórdia 1565-2015” do urbanista Jacques Sillos, se debruça sobre a região onde foi de fato fundado o Rio de Janeiro, revela as mudanças que o Largo – e a cidade – vem passando até os dias de hoje. O livro compõe o projeto que iniciou com a exposição “Rio de Janeiro 450, a fundação da cidade e seus marcos históricos” no Museu Histórico Nacional exibido até o dia 6 de janeiro de 2016.
Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e pesquisador do Prourb/FAU/UFRJ, Sillos ajusta o foco sobre a paisagem do Rio de Janeiro ao dirigir olhar para o Largo da Misericórdia. Com tratamento gráfico das modelagens digitais feita pelo designer Pedro Van Erven, e pesquisa iconográfica feita pelo autor e pela editora Andréa Jakobsson, é possível ver o Rio de Janeiro de 1565 em diante, reconfigurado, tomando por base narrativas históricas.
“A pesquisa nasceu de reflexões sobre as relações entre a memória urbana e as transformações da cidade, por meio da recuperação de fontes iconográficas e narrativas históricas. O maior obstáculo ao reconhecimento da importância histórica do Largo da Misericórdia reside na predominância da “retórica da perda”, ou seja, do discurso que privilegia elementos desaparecidos da paisagem, como o próprio Morro do Castelo, em detrimento da valorização de um espaço seiscentista que ainda resiste na desorganização urbana do centro histórico do Rio de Janeiro”, afirma Jacques Sillos.
Desde a derrubada em 1922 do morro do Castelo, que eliminou o núcleo inicial do Rio de Janeiro, o Largo da Misericórdia passou a ser o logradouro existente mais antigo da cidade. “A compreensão das transformações morfológicas do largo e seu entorno no contexto da evolução do Rio de Janeiro direcionou e particularizou a pesquisa desenvolvida. As modelagens digitais representam com clareza as reestruturações morfológicas do largo histórico e explicitam o tratamento próprio do ponto de vista de um quadro de diálogo transdisciplinar”, diz Paulo Knauss, diretor do Museu Histórico Nacional , em prefácio para o livro.
O livro é um requintado trabalho de reconstituição histórica do mais antigo logradouro da cidade do Rio de Janeiro. Em 500 anos, o Largo, no Centro, passou por diversas transformações e foi deixado à margem dos constantes projetos de reurbanização da região central. Embora preservado por tombamento, o Largo, o núcleo habitacional/comercial inicial do Rio é pouco lembrado ou conhecido pelos cariocas. Embora muitos chorem o desmonte do Morro do Castelo, a Misericórdia é sua contemporânea e lá está um patrimônio histórico que precisa ser valorizado e preservado. Destaca-se a própria Ladeira da Misericórdia, a primeira via pública da cidade, calçada em 1567 com o mesmo piso pé-de-moleque que está lá até hoje.
Sobre o autor:
Jacques Sillos, arquiteto (FAUBC, 1979), Mestre em Urbanismo (PROURB, 2000) e Doutor em Urbanismo (PROURB, 2006), atuou na área de consultoria em análise e desenvolvimento de projetos urbanos, com trabalhos para órgãos públicos como Ministério de Educação e Cultura, Ministério do Interior, Ministério da Ação Social, Prefeitura Municipal de Natal (RN), Prefeitura Municipal de Palmas (TO), Prefeitura Municipal de Manaus (AM) e Universidade Federal de Juiz de Fora. Entre 1985 e 1989, foi Secretário Municipal de Obras do Município de Paraty – RJ. É autor de diversos projetos de residências, hotéis, e pousadas, além de construções públicas como a Creche Municipal de Angra dos Reis, e a Sub-Prefeitura de Paraty. Destaca-se pelo “II Prêmio Brasileiro: Política e Planejamento Urbano e Regional’, da ANPUR – Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (2001), na categoria melhor Dissertação de Mestrado, com o trabalho Largo da Misericórdia: fragmentos da memória urbana em uma paisagem residual. Já lecionou as disciplinas de Composição de Arquitetura, Planejamento de Arquitetura III, Expressão Gráfica III, Computação Gráfica Aplicada à Arquitetura e Urbanismo e Desenho de Arquitetura. Desde de 2010, ocupa a Chefia do Departamento de Análise e Representação da Forma e, atualmente, é pesquisador do PROURB/FAU/UFRJ.
Patrocínio: Ministério da Cultura, Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura e BBM
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