Descrição
Quando foi escolhida para sediar a primeira embaixada portuguesa especialmente projetada e construída para tal fim, na década de 1950, a cidade do Rio de Janeiro ainda era capital da República. Visando reverenciar e comemorar as relações fraternas de Portugal e Brasil, à altura da sua história, que já conta mais de cinco séculos, foi planejado o Palácio de São Clemente – uma vitrine de excelência portuguesa no Brasil.
O palácio de 5.800 m2 erguido na Rua São Clemente é hoje a residência oficial do Cônsul-Geral no Rio de Janeiro. Trata-se efetivamente de um conjunto único de arquitetura e artes decorativa e mobiliária, que na sua totalidade refletiu o que de melhor se fazia na época e no âmbito artístico português.
O texto de Manuel Côrte-Real, Embaixador de Portugal na Suíça, registra a gênese do Palácio de São Clemente e sua virtude de apresentar elementos fundamentais da cultura lusa. O projeto arquitetônico, a serralharia, a cantaria, a tapeçaria e a azulejaria foram desenvolvidos por nomes proeminentes como os arquitetos Rebello de Andrade e Jorge Barradas e executados por empresas tradicionalíssimas portuguesas como a fábrica Viúva Lamego e a Fundação Espírito Santo. As fotos de Sérgio Pagano revelam tesouros como o interior folheado a ouro da pitoresca capela do século XVII, cujo esplendor barroco foi cuidadosamente transportado de Portugal para a residência de Botafogo, bem como as monumentais colunas de mármore de lioz, os painéis de azulejos pintados à mão, as primorosas grades de ferro forjado, a imponente fonte de cerâmica do pátio interior e os deslumbrantes lustres de cristal.
O livro Palácio de São Clemente oferece ao público a riqueza da alma lusa, traduzida no trabalho de inúmeros artesãos portugueses que reproduziram um legítimo palácio lusitano do século XVIII.
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